quinta-feira, janeiro 10, 2008

O NOSSO PORTUGAL

Ota em Alcochete...

Ora tanta Ota foi parar a Alcochete. Para já, pelo menos! Ainda não é final...mas agora parece. Assim sendo passámos três anos a falar de um grande investimento na Ota. Vamos passar mais dois meses...a falar da Ota. É verdade ainda temos de esperar pelo estudo de impacto ambiental. Ou seja chegamos ao fim da legislatura! Sócrates cumpriu o "plano"! Criou um facto que lhe permitiu governar mais ou menos sossegado. Sem crises nem escândalos. Mais...criou e bem a ideia de um país que não está parado, bem pelo contrário. Criou a ideia de um Portugal preparado para crescer com grandes e fortes investimentos pela frente. Isto sem gastar um "tostão". E além do mais preocupando-se em reduzir o deficit e em cumprir o pacto de estabilidade.

Hoje ao anunciar a decisão do Governo com base no parecer técnico do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) José Sócrates "goleou"....com uma daquelas "goleadas" que vão perdurar no tempo. Com esta decisão vejam só o que o primeiro ministro conseguiu:
  1. Ganhar confiança das pessoas nas decisões do Governo. Ou seja dá mais valor a uma decisão técnica, sustentável do que a uma mera vontade política;
  2. Deitou um pouco abaixo a ideia de "arrogância" com que a opinião pública tem caracterizado a sua postura. Aceitou e foi ao encontro da sociedade civil ao não avançar com a decisão da Ota sem um parecer técnico que a sustentasse. Deixou uma entidade isenta e competente analisar a questão e depois então tomou a decisão. Em conclusão ouviu as pessoas e foi ao encontro do que a sociedade civil determinou.
  3. Mostrou que o PSD ia errar. Santana Lopes decidiu OTA. O Governo PSD já tinha tudo decidido. A Ota era a decisão e o melhor local. José Sócrates com o parecer do LNEC demonstrou - e aceitou - que não era a decisão correcta. Perde força mais uma vez o PSD que tomou uma decisão errada.
  4. Demonstrou na conferência de imprensa que Portugal tem um Governo e não um conjunto de ministros. Tem uma política e não (só...claro está) uma vontade de poder. A defesa que fez do Ministro das Obras Publicas...demonstra que em Portugal se governa. As acções e decisões são de todos e não só de um. Isto prova que Portugal tem um Governo forte. E isso, quer se queira quer não, dá frutos. O pior que pode acontecer a um governo é as remodelações constantes. Isso a acontecer só prova que o governo é fraco...e por conseguinte as politicas levadas a cabo são por si só também fracas, sem sustentabilidade. José Sócrates já percebeu isto e por isso mesmo não irá - ao contrário do que dizem - mexer no governo.
  5. Por último respeitou o Presidente da República. Cavaco não "impôs" - não era sua competência - mas deixou a ideia que era preciso estudar bem a questão. José Sócrates fez-lhe a vontade. Assim, outras alturas haverá em que Cavaco terá certamente também de fazer a "vontade" a José Sócrates. É a tal solidariedade institucional.


Mas mais, o primeiro ministro com a "novela" do novo aeroporto conseguiu outra proeza. É que na próxima legislatura ainda vai ganhar tempo com os concursos de construção e adjudicação do novo aeroporto. E mais, não gastou um "trunfo". É que para a próxima legislatura tem um novo facto que poderá transformar-se na mesma "novela". Dar a ideia de crescimento e investimento sem o governo aplicar um "tostão". O novo facto chama-se TGV.

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