quinta-feira, março 12, 2009

LUSA ATENAS

Até sempre João Mesquita
Hoje fiquei mais pobre. Hoje a Associação Académica de Coimbra ficou muito mais pobre. O João Mesquita partiu. Não sei que caminho seguiu, mas sei que levou consigo, ao seu lado, o emblema da Associação Académica de Coimbra. Na sua vida foi um jornalista de eleição, exercendo mesmo as funções de presidente do sindicato dos jornalistas. Uma pessoa GRANDE, que com os pequenos, era um entre iguais. Guardo do João Mesquita a ideia de uma pessoa humilde de grande carácter, que infelizmente neste mundo de "espertos" cada vez se vê menos. Cruzava-me com o João Mesquita essencialmente aos domingos. Recordo o João Mesquita nas bancadas dos muitos estádios por onde a Académica passou naqueles nove anos de inferno na segunda divisão. Com a sua voz rouca fazia das bancadas o seu campo de jogo, incentivando sempre a Briosa. Vi ao seu lado alguns jogos de basquetebol e de futsal no Pavilhão Jorge Anjinho. A Académica era claramente um dos grandes amores do João Mesquita. Estava sempre ao lado da Briosa. Vivia a Académica de um forma positiva e não alinhava em qualquer espécie de “bota-abaixo”. A última vez que recordo de o ver saía com o João Santana da livraria Almedina. Fixei a imagem dos dois a descer a rua que vai do Estádio para São José, ao lado da Igreja. Nessa altura preparavam a obra de arte que é o livro "ACADÉMICA - História do futebol". O livro é enorme em tamanho e qualidade. Reflecte a grandiosidade da Académica, mas também de quem a escreveu e construiu. Onde o João Mesquita estiver sei que vai "saltar" em cada golo da Briosa, sei que no fundo não vai deixar de ecoar a sua voz rouca quando os árbitros tratarem de forma pouco simpática a sua Académica. A Briosa ficou mais o pobre, o João Mesquita tornou-a muito mais rica.