quinta-feira, outubro 09, 2008

O NOSSO MUNDO...

Liberalizar as nacionalizações
A história do mundo faz-se de períodos. Os políticos muitas vezes definem os tempos, mas os tempos muitas vezes obrigam a redefinir politicas. Por isso mesmo os ciclos mostram-nos que um caminho que parece o correcto, muitas vezes é apenas um conjunto de estradas sem rumo. Isto é claramente o que se vive hoje em todo o mundo. Passámos de um período em que os Estados definiam e determinavam a vida económica dos seus países. Era um tempo em que o Estado era detentor de todas as áreas económicas e definia toda a vida económica. Foi então altura de questionar o papel do estado. Foi altura de dar vida aos agentes privados. Foi a altura de privatizar. Aos poucos a "economia" mundial transformou-se. A ordem económica passou a ser determinado por privados. O Estado na maior parte dos países continuou a dispor de uma forma de controlar as áreas vitais da vida de um pais. Mas ainda assim um controlo questionável. A liberalização da economia não podia parar. Eram os privados que mandavam e esses não queriam o Estado para nada.
Pois é, mas o ciclo muda. Hoje na "catedral" do liberalismo a ordem económica "pifou". Na América do consumo, do sonho, do capitalismo, do liberalismo económico foi preciso andar para trás. O Estado voltou a mandar e só assim as pessoas voltaram a respirar. Na América assistiu-se ao fenómeno da Nacionalização. O Estado ficou com aquilo que era privado. O Mundo retornou a um tempo que pensou que não mais voltaria. Só assim a economia pôde continuar a "fluir". Não sei se olharem para baixo e ao verem a América Latina terão pensado: "afinal estes filhos da mãe que não entrarem pela política fácil do liberalismo económico é que tinham razão". Hoje todos olham para o Estado como o salvador. Os Estados garantem: "não se preocupem se for preciso Nacionalizamos tudo". Pois é vamos ter mesmo de voltar atrás. O Estado, ou seja todos nós, vai ter mesmo de voltar a deter um maior controlo sobre a vida económica de cada pais. Afinal o Estado somos todos e por muito bonito que seja o liberalismo, a verdade é que em termos económicos e sociais é sempre bom termos todos uma palavra a dizer, sobre pena de ficarmos dependentes da vontade de alguns, que nada nos devendo, querem é tratar da vida deles.
Nestes tempos de "crise" lembrei-me daquele pais, onde todos têm mensalmente a garantia que o Estado lhes dá de comer. País pobre, "fechado", que não aderiu ao liberalismo, mas onde as pessoas têm sempre garantido que à fome não morrem. Parece impossível, mas ou os países ocidentais mudam a ordem das coisas ou o que sobrará deste liberalismo irresponsável é a fome.

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